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O Tempo nos conduz a Deus

terça-feira, 31 de agosto de 2010

VOCÊ SE CONDUZ PELO SEU ESPÍRITO OU PELO ESPÍRITO DE DEUS ?


Terça Feira
22ª SEMANA DO TEMPO COMUM
1Cor2,10-16

São Paulo afirma que somente o Espírito de Deus pode conhecer Suas profundezas infinitas. Analogamente, apenas o espírito do homem pode conhecer o que se passa dentro do próprio homem. A partir deste princípio, São Paulo tira a seguinte conclusão: “Existem dois tipos se seres humanos: o homem natural, também chamado carnal, que é o homem todo inteiro, corpo e alma, pois para o semita São Paulo não havia distinção entre alma e corpo, como faziam os gregos platônicos”.

O homem carnal é o homem todo inteiro, mas não guiado por Deus, deixado a si mesmo, conduzido por sua própria capacidade. Contrariamente, ou oposto a este, existe o homem espiritual, que também é homem todo inteiro, mas conduzido pelo Espírito de Deus.

Que oposição existe entre o homem carnal e o espiritual? Na verdade, existem aqui dois estilos de Vida completamente opostos e jamais conciliáveis. O homem carnal nunca compreenderá o que quer que seja vindo do Deus da Revelação. Pode ter a profundidade de um filósofo especulador, pode conhecer muitos segredos da natureza, mas jamais conhecerá o que se passa na mente de Deus, jamais atingirá a Revelação divina judaico-cristã.

Diferentemente, o homem espiritual, isto é, o homem conduzido pelo Espírito de Deus, é capaz de penetrar o interior da intimidade com Deus, é capaz de aquilatar o que provém verdadeiramente de Deus.

Entre as duas figuras humanas existe um abismo colossal e intransponível. O homem espiritual sabe o que se passa na cabeça do homem carnal, pois ele também foi carnal antes da conversão ao Senhor, mas o homem carnal não é capaz de imaginar sequer remotamente o que se passa dentro do homem espiritual.

O homem espiritual é capaz de compreender a Revelação de Deus e encontrar em seu interior maravilhas que o extasiam. O homem carnal contempla as mesmas coisas e diz: loucura, insensatez absoluta, e assim não se dá uma comunicação perfeita entre um e outro.

Terminada a reflexão permanece a seguinte pergunta: Você é um homem carnal ou espiritual? Você se deixa conduzir pelo espírito de Deus ou apenas pelo Seu espírito? Você percebe a beleza de Deus onde outros veem apenas loucura e insensatez?(*)

c / f  Padre Fernando C. Cardoso

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

VOCÊ ACEITA JESUS CRUCIFICADO COMO CENTRO DE SUA VIDA ?


Segunda Feira
22ª SEMANA DO YEMPO COMUM
1Cor.2,1-5
Lc.4,16-30


Anunciar o Evangelho é bem distinto de apresentar dotes humanos. É o que São Paulo hoje nos afirma na primeira Carta aos Coríntios: pregar o Evangelho é distinto de ter dotes de oratória.
 Para um bom Mssionário não são necessários conhecimentos de filosofia ou de dialética. Nossa Fé não é baseada na ciência, na perspicácia, na profundidade da argumentação de cada Pregador. Se isso fosse verdade a Fé não seria uma virtude teologal, ela não se basearia em Deus, mas sim unicamente em talentos humanos.

São Paulo afirma na Carta aos Coríntios que não possui nenhum desses dotes requeridos pela sabedoria humana ou pela ciência que se desenvolvem entre nós. São Paulo tinha conhecimento de uma Pessoa e o Cristianismo não é anúncio de ideologia, de filosofia, de moral ou de estilo de vida; anuncia-se sempre uma Pessoa que afirmamos, na Fé, ser Deus e Homem ao mesmo tempo. Mais especificamente, a temer e a tremer, São Paulo trouxe, sozinho, diante da Comunidade de Corinto Jesus Cristo -  e Jesus Cristo Crucificado.

O Cristo Crucificado está nos antípodas da sabedoria humana. De fato, para os judeus, era um escândalo inimaginável; para os pagãos gregos, uma idiotice completamente fora de propósito. No entanto, para quem recebe a Luz da Fé diretamente de Deus - e isto valia tanto para Corinto quanto vale para nós - aquele Homem Crucificado, loucura para uns, idiotice para outros, é poder de Deus, é sabedoria de Deus, é a Salvação de Deus.

Ainda hoje muitos devem caminhar na contramão da História por aceitar e colocar suas melhores esperanças num homem rejeitado e Crucificado, que afirmamos ser o Senhor da História.

Nossa Fé vai além e nos afirma que naquele Crucificado e Ressuscitado, reside a plenitude da divindade e tudo foi criado por Deus em vista Dele. Todos existimos em vista Dele. Jesus não é o primeiro na História em ordem cronológica mas é o primeiro em ordem lógica e é o primeiro em importância.

A pergunta que se propõe no final desta reflexão é uma só: Você aceita Jesus Cristo Crucificado como centro de sua Vida cristã?

Você aceita que o Crucificado - e apenas Ele - encha de sentido a sua vida no presente e no futuro?(*)

c / f  Padre Fenando C. Cardoso

domingo, 29 de agosto de 2010

DEUS NOS CONVIDA A SERMOS HUMILDES COMO ELE.


22º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Lc.14,1.7-14

Neste vigésimo segundo domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus diz-nos que a humanidade jamais pôde compreender a grandeza, a não ser em forma de dominação.
 Dominar, ou ser grande para poder dominar, foi e é o apanágio de muitos reis, nobres, príncipes, chefes de estado, políticos, grandes magnatas, pessoas que valem milhões e milhões de dólares e cujas imagens nos envenenam; pomo-nos também nós a querer brilhar, a querer ser mais que os demais, a querer superar a todos.

Já criança, no meu tempo de escola, aprendia que era preciso ser o primeiro da classe.  Existem aqueles que querem ser os primeiros numa careira esportiva, os primeiros na política, os primeiros na sociedade. Querem ver seus rostos em todas as capas de revistas sensacionalistas ou mundanas.  Querem aparecer na televisão e assim fazem uma corrida contra o tempo e contra todos, porque ninguém quer ficar para traz, tentam avançar à custa de cotoveladas, quer à direita, quer à esquerda.  Comparam-se constantemente com os outros, e jamais estão satisfeitos. 

Segundo Pascal, Jesus dizia o seguinte: “Compara-te comigo, não com os demais seres humanos”. Estas pessoas todas deveriam possuir um momento de calma e, sobretudo, da Graça de Deus, para lerem com atenção o Evangelho de hoje: “Não tenhas a petulância de buscar o primeiro lugar. Coloca-te no último lugar, então pode ser que sejas honrado pelo anfitrião quando este te convidar a vir mais para frente”.

Deus Se humilha sempre que olha para nós, porque não tendo alguém mais alto do que Ele, olhar para Sua Criação é uma espécie de humilhação. Deus Se humilha e Se põe a nosso serviço. Jesus Cristo foi humilde Servidor de todos, embora sendo o Senhor do Universo e aquele que mantém com Sua Palavra tudo o que está criado, tudo o que existe.

O Evangelho de hoje ensina-nos também uma lição de desinteresse no nosso relacionamento
com o próximo, o que nos faz refletir: na gama imensa de relações que tecemos está sempre presente de maneira sub-reptícia, porém real, o egoísmo.  Damos com a finalidade ou com a intenção de receber outro tanto.

Quem de nós é capaz de gratuidade?  Deus é a suprema gratuidade e hoje nos convida a imitarmos Seu estilo e Seu modo de ser.(*)

c /f  Padre Fernando C. Cardoso

sábado, 28 de agosto de 2010

TODOS TEMOS CARÍSMAS, DOS QUAIS VAMOS DAR CONTAS


SÁBADO
21ªSEMANA DO TEMPO COMUM
Mt.25,14-30


Terminamos hoje a leitura sequencial do Evangelho de São Mateus com a Parábola famosa do Senhor que distribui Seus talentos. A uns deu cinco talentos, a outros dois, a outros um, e nenhum de nós tem o direito de se comparar com os outros na somatória dos talentos, pois Deus é Senhor de Seus dons e a todos os concede de maneira magnânima e generosa.
 O importante é conhecer meus talentos, os dons que Deus me concedeu, quer na ordem natural, quer na Vida cristã para, com Sua graça e Sua ajuda, poder multiplicá-los. Deus me pedirá contas no último dia a respeito do bom ou do mau uso dos meus talentos, mas não devo esperar o último dia; devo ser responsável agora pelos meus talentos, multiplicá-los já e não apenas no final da minha Vida. 
 
Deus espera que, ao longo de nossa Existência, multipliquemos um pouco do que Ele nos deu e que Lhe ofereçamos este pouco multiplicado com a Sua Graça, para que Ele infunda em nós novos talentos, e possa continuar a nos tratar com toda a generosidade e magnanimidade de Seu Coração.

Esta Parábola dos talentos é sumamente importante e pessoal.  Os talentos são diversificados, são diferentes.  Hoje se costuma falar muito em Carismas, este tem um Carisma, aquele tem outro Carisma.

Ninguém, no entanto se sinta esvaziado de Carismas; ninguém se sinta completamente desprovido deles.  Até mesmo uma pessoa anciã, doente, dependente, tem o seu, pode contribuir com sua Oração, com a oferta generosa dos seus padecimentos à construção de um mundo mais Cristão e melhor e, quem sabe, condicionadas àquela oferta estão graças misteriosas que outras pessoas recebem. O importante, no entanto, é saber hoje o que tenho feito das Graças que Deus me tem concedido. Se hoje fosse meu último dia e se tivesse que comparecer definitivamente diante Dele, o que Lhe restituiria? 

É este um chamamento a uma Vida cristã, responsável.  É esta, também ela, uma Parábola de vigilância, porque não sabemos nem o dia e nem a hora, mas estamos certos de que a nossa Eternidade se joga no presente momento. 

Deus não aceita a mediocridade, pelo contrário, vomita Jesus de Sua boca aqueles que não são nem quentes, nem frios.(*)

Padrfe Fernando C.Cardoso

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A LNGUAGEM DA CRUZ SE CHOCA COM AS ESPERANÇAS HUMANAS.


SANTA MÔNICA
27 de Agosto
1Cor.1,17-25
Mt.1,13

Hoje ambas as leituras falam de Sabedoria e de estultice, mas de maneira diversa.  No Evangelho, Jesus louva as Virgens sensatas e Prudentes que souberam esperar pela chegada do noivo e foram dignas de entrar no festim nupcial. Condena Jesus aquelas insensatas que perderam um tempo precioso, não cresceram para Deus, eliminaram Cristo de suas vidas e, no último momento, despreparadas, não entraram com o esposo na mansão celeste.
 São Paulo, na primeira carta aos Coríntios, também fala de Sabedoria e de insensatez. Para São Paulo, a insensatez diz respeito tanto a judeu quanto a gregos. Insensatos são, em primeiro lugar, os judeus porque desprezaram Jesus Cristo Crucificado e Ressuscitado.  Viram a Cruz de Cristo como um escândalo insuperável e apostataram.

Insensatos são também os gregos, os pagãos, que buscavam a filosofia, isto é, o saber último a respeito da Vida do ser humano e do próprio universo, mas desprezaram eles também a Pregação da Cruz por ser escandalosa, por ser sem sentido, por ser a presença da Cruz algo que o homem espontânea e naturalmente afasta de si.

“Nós, porém, continua São Paulo referindo-se aos cristãos da Comunidade de Cristo, não somos nem dos judeus, nem dos pagãos não convertidos. Aceitamos que a verdadeira Sabedoria de Deus encontra-se no Cristo crucificado.”

“Irmãos, escreve Paulo, Eu fui ter convosco, não na sublimidade da retórica, não na persuasão de um arrazoado humano, mas doente, temeroso e, sobretudo, sozinho, não carregando comigo outra realidade senão esta: Jesus Cristo e Jesus Cristo Crucificado.”

Tanto para aqueles gregos e judeus do passado, quanto para uma grande maioria de modernos, a linguagem da Cruz, a linguagem do Crucificado choca-se enormemente com as expectativas mundanas que possuímos.  Choca-se enormemente com os projetos de Vida que concebemos.

Estamos acostumados a ouvir que a Vida deve ser vivida de sucesso em sucesso. Estamos acostumados a ouvir que não se pode perder um minuto, e chocamo-nos quando alguém nos diz que, se não nos perdermos para este mundo, não ganharemos o mundo definitivo, o mundo futuro, o mundo de Deus.

Quanto desta linguagem penetrou em você?  E como pode fazer você, hoje, concretamente, para aceitar a linguagem escandalosa de Jesus Cristo Crucificado?(*)

C / F  Padre Fernando C. Cardoso

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

NESTE MUNDO A ÚNICA CERTEZA É QUE VAMOS MORRER.


Quarta Feira
21ª SEMANA DO TEMPO COMUM
 Mt.23,27-32

“Vigiai - diz hoje Jesus no Evangelho de Mateus - pois não sabeis em que dia o vosso Senhor voltará. Considerai isto: “Se o dono da casa soubesse em que hora viria o ladrão, certamente vigiaria e não permitiria que sua casa fosse arrombada”.

Nós não vivemos mais, dois mil anos passados, aquela espera ansiosa pela vinda de Cristo; pelo contrário, não esperamos esta vinda de Cristo.  Não esperamos o final do mundo para a nossa idade, ou para o tempo que nos resta de vida.  Vivemos convencidos de que a História neste planeta ainda se prolongará por diversos séculos, embora certezas a respeito disto, não tenhamos nenhuma.

Estamos no extremo oposto, não imaginamos uma surpresa de Deus reservada para um futuro mais ou menos breve; devido a isto, o Cristianismo perde muito de suas energias, o fervor religioso, a busca sincera do conhecimento de Jesus Cristo, o crescimento nas virtudes teologais, na fé, na esperança e na caridade. Pelo contrário, existe em muitos de nós, boa dose de mundanismo.

Estamos tranquilos, felizes, muitos de nós estão bem, dispostos a continuar assim por muitos e muitos anos. A estas comunidades modernas, sonolentas, que não mais esperam coisa alguma, que estão contentes com aquilo que têm, vale o Evangelho de hoje: vigiai, pois não sabeis o dia nem a hora. 

A cada dia, nesta Cidade de São Paulo, morrem quantas pessoas? Certo, muitas delas já estavam à beira da morte, mas outras tantas  certamente despertaram hoje sem jamais suspeitar que aquela teria sido sua última noite, que este seria seu último dia, que amanhã, a esta hora, já estariam enterradas. Estas coisas não são ditas para roubar o sono de quem quer que seja, e não nos podem levar à neurose.

Devemos viver responsavelmente neste mundo, porém o Evangelho é valido para as pessoas que não querem levar a sério um encontro com Deus, que talvez esteja muito mais próximo do que imaginam. Tudo neste mundo é muito incerto e a única certeza absoluta, esta sim sem sombra de dúvida, é a certeza de que vamos morrer, embora ignoremos totalmente as circunstâncias históricas de nossa morte.

Vigiemos, para que aquele dia não nos apanhe despreocupados, desprevenidos e, sobretudo, vazios diante de Deus. Vigie sobretudo aquele que já deixou muitos anos para trás sem nada a fazer.(*)

c / f  Padre Fernando C. Cardoso

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

QUEM NAO QUISER TRABALHAR TAMBÉM NÃO COMA.

Quarta Feira
21ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Mt.23,27-32



Ao que tudo indica, naquela Comunidade de Tessalônica havia Cristãos que tão espasmodicamente esperavam a segunda vinda de Jesus Cristo para muito em breve, que não trabalhavam mais, viviam na ociosidade ou então fazendo cálculos apocalípticos. 
“Afinal se Jesus voltar tão depressa, para que continuar a Vida de cada dia? Para que continuar o trabalho?” São Paulo censura este modo de proceder que, de resto, não é mais o nosso.  Afirma ele que, embora tivesse direito ao sustento material por ser Apóstolo de Jesus, não fez uso de seus privilégios, pelo contrário, trabalhou e labutou com as próprias mãos, afim de não ser pesado a ninguém - nos Atos, São Lucas nos diz que São Paulo fabricava tendas.

A seguir, dá um conselho a todos, sobretudo a estes que viviam de maneira agitada: “Quem não quiser trabalhar também não coma”. É preciso Trabalhar, sim, e é preciso Viver com dignidade e responsabilidade neste mundo. 

Estes fiéis de Tessalônica, na verdade, estavam tirando conclusões falsas a partir de um princípio verdadeiro; o princípio verdadeiro era este: o Senhor Jesus voltará. Teremos todos um encontro definitivo com Ele, e isto é válido para nós também.  Porém, as conclusões falsas eram, por exemplo, a abstenção do trabalho, a Vida na ociosidade e a curiosidade nos cálculos apocalípticos que estavam fazendo.

“Quem não quiser trabalhar também não coma”. Esta advertência serve para todos os tempos e serve para nós.  Serve até mesmo para aquelas pessoas que não precisam mais trabalhar, ou porque estão aposentadas e recebem uma boa aposentadoria ou então porque possuem muitos bens.

Estas pessoas não estão de forma alguma dispensadas de traduzir a Vida em serviço para os outros.  Se não precisam mais trabalhar para sobreviver, podem dedicar-se aos demais; existem muitas maneira hoje, como no passado, de transformar a Vida num serviço útil em prol dos outros, das necessidades da nossa Igreja, dos pobres, das áreas carentes, enfim muitas maneiras de servir a Cristo nos irmãos.

Ninguém, nem mesmo o aposentado, está dispensado de Servir e de Servir Jesus Cristo em cada irmão.  Caso contrário ele teria traído sua Vida cristã, esta teria abortado, não teria chegado à maturidade esperada.

Como vive você sua vida?  É ela concretamente um serviço contínuo a Deus, à Igreja, à Sociedade?  E você o faz de maneira desinteressada?

São perguntas que se destinam à nossa reflexão e Meditação diante da Palavra explicada.(*)

c / f  Padre Fernando C. Cardoso

terça-feira, 24 de agosto de 2010

SEM FUGIR DO DIA A DIA, ESPERAMOS A VOLTA DE JESUS.


Terça Feira
21ª SEMANA DO TEMPO OMUM
2Tess.2,1-3a.14-17

Hoje continuamos a apresentação e Meditação do texto bíblico sequencial da segunda Carta aos Tessalonicenses. A Morte e a Ressurreição de Jesus haviam introduzido neste mundo uma realidade inteiramente nova.  A esta realidade damos o nome de Escatologia. 
Iniciaram-se os últimos tempos. Alguns Cristãos da primeira e da segunda geração começaram a viver então numa expectativa ansiosa da segunda vinda de Cristo que, segundo a opinião deles, estaria para acontecer muito em breve. De fato, algumas Palavras de Jesus podiam ser compreendidas nessa direção: “Não terminareis de percorrer as Cidades de Israel antes que venha o Filho do Homem”, ou então: “Há alguns aqui, dentre os vivos, que não verão a morte antes que venha o Reino de Deus”.

Essas pessoas viviam numa efervescência escatológica impressionante.  Começou até mesmo a circular naquele meio de Tessalônica uma pseudo Carta paulina, incentivando os Cristãos a esperarem Jesus com todas as fibras do Coração, incitando-os a uma exasperação dos ânimos.

São Paulo, sabedor dessas coisas, conhecedor dessa agitação toda, tenta acalmar e tranquilizar a Comunidade; afinal de contas, não se vive normalmente assim, não se deixam as realidades materiais que dão sentido aos nossos dias, não se deixam as obrigações para se viver numa expectativa ansiosa da vinda de Jesus Cristo.  Ele escreve no texto de hoje que os tessalonicenses não se deixem perturbar por nenhuma carta como tendo sido enviada por ele com essa finalidade.

Nós, Cristãos, vivemos não mais com aquela ansiedade de então, mas vivemos a expectativa do encontro definitivo com Deus.  Sabemos que tudo neste mundo é passageiro, provisório, penúltimo e faríamos bem em refletir sobre a provisoriedade da vida, porque hoje caímos no erro oposto: não esperar mais nada, não esperar nenhum futuro, imaginar o tempo como uma eternidade sem nenhuma novidade.

No entanto, a expectativa do encontro definitivo com Deus em Cristo não nos pode, de forma alguma, afastar dos compromissos existenciais que temos. Vivemos com um olho na Eternidade, mas com os pés na terra, porque presentemente Deus nos quer aqui, e é aqui que devemos frutificar para Ele.(*)

c / f  Padre Fernando C. Cardoso

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

VOCÊ ESTÁ VIVENDO A PLENIUTUDE DA FÉ E DO AMOR ?


Segunda Feira
21ª SEMANA DO TEMPO COMUM
2Cor.10,17-11,2
Damos início à leitura sequencial da segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, embora hoje no Brasil se celebre a festa de Santa Rosa de Lima, Padroeira da América Latina.
 
São Paulo, antes de sua Conversão, ao que tudo indica, desejava cerrar as portas da Eternidade para o maior número de pessoas.  Para se entrar na Eternidade de Deus, de acordo com o fariseu Paulo, era preciso viver escrupulosamente não só os Mandamentos de Deus, mas todo aquele Conjunto de tradições e interpretações que se foram acrescentando pela Escola farisaica ao texto bíblico dos preceitos de Deus. 

De tal maneira isto era presente na mente dos judeus, que pouquíssimos eram os que conseguiam observar tais preceitos. Jesus diria que estavam impondo uma carga muito pesada sobre os ombros dos demais aqueles que não tinham capacidade sequer de movê-la com um dedo. 

Após a Conversão, Paulo modificou-se completamente, quis abrir as portas da Eternidade para o maior número de pessoas.  Converteu judeus e, sobretudo, não judeus, gentios e pagãos à Fé em Jesus Cristo.

Nesta segunda Carta aos Tessalonicenses, São Paulo agradece a Deus o presente concedido àquela Comunidade: o dom da Fé que opera ou age pela Caridade.  O início da Carta é um louvor que São Paulo dirige a Deus por ter permitido que um grupo humanamente insignificante de homens e mulheres vivesse a plenitude da Fé e do Amor. 

Isto é já uma fonte de inspiração para nós hoje. Neste exato momento existem muitas pessoas que estão praticando o Bem, que estão rezando, que de mil maneiras se oferecem a Deus e que transformaram e transformam suas Vidas em serviço desinteressado aos demais. Não é este um motivo para louvarmos a Deus?

Recordamo-nos, normalmente, dos malefícios, pecados, desordens que existem na Comunidade, na Sociedade; existem, porém, Pessoas de Bem, iluminadas pela Fé e que fazem transbordar essa mesma Vida de Fé numa Caridade incessante e desinteressada aos Irmãos.

São Paulo afirma nesta Carta que a Fé e a Caridade subsistem na Comunidade apesar das tribulações e dos sofrimentos de que são vitimados.  Poderíamos imaginar que aquela Comunidade vivesse tranquilamente o Cristianismo, mas não era assim.  Sofriam discriminações pelo fato de serem Cristãos e mesmo assim se robusteciam na Fé e na Caridade. Não é este um milagre de Deus?

O que Deus realizou naquela Comunidade realiza hoje na nossa e nas nossas Cidades e por isso mesmo um Hino de Louvor deve provir do nosso Coração a Deus, um Hino de Ação de Graças.

Você também está vivendo hoje a Plenitude da Fé e o do Amor?(*)

c / f  Padre Fernando C. Cardoso

domingo, 22 de agosto de 2010

SÃO POUCOS OS QUE SE SALVAM ?


21ºDOMINGO DO TEMPO COMUM
Lc.13,22-3

“Senhor, são poucos os que se salvam”? Eis a pergunta de alguém que definitivamente era uma pessoa pragmática! Queria saber quais eram as suas chances reais. Queria saber se aquele último vestibular seria difícil ou fácil. Jesus como sempre se esquiva destas perguntas que não servem para nada mais a não ser para alimentar a nossa curiosidade.

Não são perguntas construtivas. Se dissesse são poucos, desmontaria a todos nós, desmobilizaria a todos, porque nos sentiríamos quase que desesperados. Se poucos são os que se salvam, com certeza não conseguimos nos salvar, vista a nossa mediocridade.

Se Jesus dissesse o contrário: “São muitos”. Bem, não é preciso mais se esforçar, no final tudo termina muito bem e para todos, independente dos seus esforços e de seus méritos, existe um lugar no Céu.

“Esforçai-vos por entrar pela porta estreita”. E nós nos pomos a refletir no exato momento. Qual é esta porta estreita, ou quem entra pela porta estreita?

A primeira resposta: Os Farizeus devem entrar pela porta estreita, os Escribas do tempo de Jesus, a oposição Judaica, aqueles que mantinham o poder religioso, quem sabe os Nazaretanos, aqueles que conviveram com Jesus e conheceram tão bem Jesus durante a Sua vida oculta.

Mas é possível dar outra resposta. Os que devem entrar pela porta estreita somos nós.

Nos aeroportos do primeiro mundo, da Europa ou dos Estados Unidos, existe uma porta larga, por onde entram todos os cidadãos americanos ou da União Européia, e uma porta estreita, onde os estrangeiros, nós do terceiro mundo fazemos fila para pacientemente entrar.

Nas coisas de Deus dá-se o contrário, nós os privilegiados de Deus, entraremos pela porta estreita, e os ignorantes, os que receberam menos talentos que nós, os que foram menos agraciados que nós, estes serão mais perdoados, estes poderão entrar pelo corredor mais espaçoso, mas nós, os batizados, nós aqueles que ouvimos o Evangelho, nós aqueles que fazemos parte uma elite religiosa, nós receberemos um julgamento mais severo. Porque a quem deu muito, muito mais será exigido.

Levemos a sério, entremos desde já pela porta estreita, façamos todo esforço para que o Senhor não nos encontre medíocres ou completamente destituídos da Graça.

Os Japoneses na última guerra formaram um exército, mais de quatro mil kamicases capazes de destruírem inimigos por amor a pátria.

Nós não somos capazes de fazer um pouco de esforço para entrarmos finalmente no Reino de Deus?(*)

c / f  Padre Fernando C. Cardoso